quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eu e minha arara viajante

"A felicidade é cheia de pano", na parede, é o convite
para se vestir e ser feliz. Imagem: Isabel Minaré


“Sempre quis fazer e aparecer!”. É assim que Natasha Lamônica define seu espírito empreendedor. “Quando era criança costurei bonecas de pano e coloquei uma plaquinha em frente á minha casa escrito: Vendem-se”. A paixão por negócios casou com o amor pela moda e nasceu o Ser do Bem, ateliê bauruense dedicado a fazer roupas com retalhos de tecidos.

Natasha aprendeu com a avó a costurar vestidos de Barbie. Passou a infância no quartinho de casa na máquina de costura. Aos 18 anos, já confeccionava suas próprias roupas. O hobby ficou sério quando abriu uma barraquinha na Feira UBÁ para vender sua produção. Conquistou muitos clientes e sentiu a necessidade de ter um espaço fixo.

“Era estudante de Artes da UNESP. Minha professora falava para eu fazer quadro, escultura, desenhos e só fazia roupas.” Quer dizer, não tinha como fugir da Moda. Natasha fez Arquitetura e ensinou uma amiga, a Ana, a costurar. Juntas, foram ao ENEA – Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura –, em Recife, e lá ensinou 50 garotas a costurar na mão.


Comércio em qualquer esquina


“Tinha festa de república, pizza na casa dos amigos, churrasco com a família, viagem para a praia, levava minha arara. Todo lugar estava eu vendendo roupa”. E assim foi até abrir o ateliê. Alugaram uma casa e começaram o projeto. Com pouco dinheiro e sem equipamento, contaram com a ajuda dos pais. Um deles comprou as tintas e o outro pagou o pintor. As duas ajudaram a reformar e a pintar o espaço. Atenciosas, conseguiram vários móveis vasculhando o lixo e, depois, personalizaram todos. Além disso, as etiquetas, os cartões e as sacolas eram feitos por elas.

Alguns dos móveis customizados pela
costureira. Imagem: Isabel Minaré
Para estimular as compras, Natasha realizava durante três dias o Bazar Ser do Bem. O quintal grande da casa propiciou a venda de pizzas e a apresentação de bandas. Era um evento mais cultural, como ela própria define. Mas o barulho incomodava os vizinhos, que ligava para a polícia. Foram expulsas e mudaram o ateliê de lugar.

Outro diferencial é o tecido. “Compramos em São Paulo em lojas especializadas em retalho. Elas vendem tanto restos de confecções quanto fim de peças de malharias”. Dessa forma, o produto final sai mais barato. Os preços variam de R$ 3,00 (calcinhas) e R$ 120,00 (vestidos). Além das próprias criações, revendem peças que tenham o perfil da marca e também de outros artesãos da cidade.


Criando moda longe da capital

Trabalhar com a Moda no interior não é um problema, pois crêem que não têm competição. Seu público busca por peças diferentes e exclusivas. As inspirações surgem de todo lugar. “Trabalho com favela e fui numa que tinha uma casa feita de chapas azul e beje e por cima tinha uma rede de pescador. Pensei: ‘Preciso fazer um vestido!’”.

Hoje o Ser do Bem conta com três costureiras e todas têm outros trabalhos. Se pudessem se dedicar 100%, Natasha acredita que estariam ricas, mas “se a gente ficasse só no ateliê, seria um pouco chato. Ficaria sério demais”. E não é o que elas procuram. Cada uma ganha em média, um salário mínimo, para permanecer duas tardes no ateliê. O Ser do Bem é um hobby de criança que virou negócio e deu certo!

Um dos vestidos prediletos criados por Natasha.
Imagem: Isabel Minaré

Para ver mais fotos, clique aqui.

Onde encontrar: O ateliê Ser do Bem fica localizado na rua Hermínio Pinto, 13-39. É aberto de segunda á sábado, das 14 ás 20 hrs. Telefones para contato: (14) 9605-4882, (14) 9694-4355 e  (14) 8118-6888.

2 comentários:

  1. Meninas !! Amei !! obrigada pela divulgação
    semana que vem vamos inaugurar nosso espaço novo !!! Vou enviar o convite pelo Face !

    bjuuu

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  2. Natasha, a gente acompanhou pelo Facebook que o ateliê ia ganhar um espaço novo. Que legal, hein? Você queria tanto! Deve estar uma fofura. Mas, infelizmente, já não estávamos em Bauru. Mas precisamos fazer uma visita, deve estar lindo de morrer! =)

    beijos!

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