Ele é paulista, de Pindamonhangaba. Mas foi em Chicago, nos Estados Unidos, que Diego Rocha se entregou à vocação pela moda e vem conquistando o mercado dos acessórios. Em outubro, ele estreou em um reality show da TV americana.
Aqui no Brasil, Diego trabalhava como gerente financeiro de uma empresa na cidade de São Paulo. Decidiu, então, dar um tempo e pegou um avião rumo à Nova Iorque, para estudar inglês. Nas horas de folga, ele gostava de observar as mulheres americanas que circulavam pelo maior centro financeiro mundial. Da prática, veio a curiosidade por um acessório em específico: as bolsas. O brasileiro queria saber como elas eram costuradas. Resolveu aprender. “Minha mãe foi Pattern Maker (modelista) por anos e trabalhou com nomes da moda no Brasil, como Clodovil, Reinaldo Lourenço, Denner. Acho que estava na família”, aposta ele na genética.
Sua primeira bolsa foi vendida em 2002, durante um evento de moda promovido por um amigo, em Nova Iorque mesmo. O preço? 60 dólares. De lá pra cá, o designer nunca mais parou. Transferiu-se para Chicago, onde a irmã morava, e quis ficar por lá. “Um dia, estive aqui para visitá-la e me apaixonei pela cidade. Para mim é a cidade mais bonita do país!”, declara-se.
Nove anos mais tarde, desde que a primeira venda foi consumada, os preços das bolsas, claro, já não são mais os mesmos. Um produto assinado por Diego Rocha custa entre U$700 e U$ 3500. As americanas estão dispostas a abrir as bolsas e retirar a carteira! “Minha cliente é uma mulher que usa Hermes, Prada, Gucci. Elas me vêem como o designer de bolsas especiais porque são feitas para uma ocasião especial”, garante.
As criações
A matéria-prima utilizada pelo designer brasileiro é considerada de alto luxo. Ele trabalha apenas com peles exóticas, como crocodilo, avestruz, python (uma espécie de cobra) e lizard (lagarto). Nos Estados Unidos, é difícil encontrar designers que optem por esses materiais, pois é preciso costurá-lo à mão e isso exige tempo. “Não tem como cortar as peles numa máquina, porque você precisa entender cada centímetro do animal”, revela Diego, defendendo que suas bolsas não são feitas para serem usadas no dia a dia.
Para dar conta de um trabalho tão detalhista, Diego tem a ajuda de mais três pessoas. Todo o processo é feito à mão, com corte, colagem e costura. Diego faz questão de finalizar todas as bolsas que levam seu nome. Cada criação demora de 1 a 5 dias para ficar pronta. Diego justifica: “não é simplesmente uma bolsa, mas uma obra de arte”.
Sua “obra de arte” mais famosa é a bolsa Baby Jane, que ganhou o Independent Handbags Awards, em 2011, considerado o “Oscar dos acessórios”. A Baby Jane foi feita com pele de avestruz e inspirada nos anos 1940. Sobre a utilização de peles para produzir as bolsas, Diego garante que “não existe nenhuma resistência entre os americanos para esse tipo de material”.
Diego acredita que suas peças tenham espaço entre as brasileiras. “O mercado de alto luxo no Brasil só cresce. As brasileiras com alto estilo estão querendo show off, uma peça exclusiva feita para elas e totalmente chique”, avalia.
A premiada "Baby Jane" |
Palavras-chave
Se ele se considera um empreendedor? “Começar um negócio fora do Brasil, sem experiência, e ter o reconhecimento que tenho, não é para qualquer um. E posso te dizer que é somente o começo”, afirma.
É só o começo mesmo. No dia 27 de outubro, Diego estreou como um dos 12 participantes do reality show Project Accessory, do canal americano Lifetime. O programa segue os mesmos moldes do conhecido Project Runaway e é uma disputa entre talentosos designers. Kelly Osbourne está entre as juradas convidadas.
Quando indagado sobre a fórmula do sucesso, Diego é direto. “Networking, fazer o que gosta e acreditar no que faz.”
No vídeo abaixo, é possível ver o processo de produção de Diego Rocha:
Para mais fotos, clique aqui.
Todas as imagens dessa matéria foram gentilmente cedidas por Diego Rocha.
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